É importante sempre reforçar aos leitores e pacientes de plantão: a melhor forma de tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) é através do acompanhamento médico de rotina. Por meio de consultas e exames laboratoriais simples, é possível fazer diagnóstico precoce em caso de DRC e, desta forma, ser iniciado tratamento de acordo com o quadro de cada um. Contudo, compartilhamos aqui algumas práticas gerais que devem ser adotadas pelos pacientes renais crônicos com o intuito de melhorar sua qualidade de vida.
Em estágios mais avançados da DRC, é fundamental adotar dietas e cuidados com a alimentação com o intuito de regular os índices de nutrientes no sangue e evitar excessos relacionados aos problemas de filtragem pelo rim.
Por exemplo, o controle de peso é fundamental para pacientes de DRC, uma vez que a obesidade e a desnutrição têm impactos negativos nesse quadro clínico. A obesidade, associada à doença renal crônica, pode ocasionar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Já a desnutrição, quando somada à DRC, pode levar o paciente até ao óbito.
Carambola e outras restrições alimentares – A ingestão de carambola não é recomendada a pessoas com doença renal crônica, independentemente do seu estágio. Essa restrição alimentar é necessária porque a perda da capacidade de filtragem do rim impede que ele descarte uma toxina presente nesta fruta. Isto faz com que ela se acumule no organismo e provoque consequências graves como convulsões e até o óbito.
Sódio – Por tratar-se de uma substância filtrada nos rins, o nível de sódio no organismo pode ficar desregulado em pacientes com doença renal crônica. Por isso, o sal também deve ser controlado na alimentação, com o intuito de contribuir para o monitoramento da pressão arterial e a redução de complicações cardiovasculares.
Alimentos ricos em Proteína – A diminuição do consumo de proteínas está associada ao controle do avanço da doença renal crônica. No entanto, é importante adotar essa redução com cuidado para evitar quadros de desnutrição. Em estágios mais iniciais da doença, o consumo diário pode ser de 0,8g/kg/dia. Em fases mais graves, ele pode ser reduzido para 0,6g/kg/dia.
Alimentos ricos em Potássio – O controle do consumo de potássio deve estar associado à análise das taxas do nutriente no sangue. Não são todos os pacientes de doença renal crônica que possuem níveis elevados da substância. Os pacientes com restrições de potássio devem optar por alimentos como abacaxi, maçã, pêssego, morango, alface, cenoura ou repolho, por exemplo, que têm baixo teor. É importante consultar a quantidade de potássio nos alimentos e evitar os que são ricos no nutriente, como o exemplo da laranja, uva, castanha, feijão, entre outros.
Substância Fósforo – O fósforo é uma substância que precisa ser reduzida da alimentação de portadores da doença renal crônica, e essa redução deve ser progressiva e acompanhar a evolução da doença. Como a eliminação de fósforo pela urina está comprometida, em alguns casos, a utilização de medicamentos que favorecem essa eliminação pelas fezes pode ser considerada.
Conservantes – O fósforo, além de estar presente na composição natural dos alimentos, também é encontrado em conservantes, por isso, é importante ficar mais atento ainda. Evitar alimentos embutidos, como salsicha, presunto e mortadela, e alimentos ultraprocessados, em geral, assegura a menor ingestão da substância. Queijos e miúdos também apresentam concentrações de fósforo e é importante que sejam evitados.
Independentemente do estágio da DRC, o cuidado com a alimentação deve ser constante. Estar atento aos rótulos dos alimentos e saber mais sobre a composição nutricional dos itens do cardápio é essencial para evitar o consumo de substâncias prejudiciais ao quadro clínico de portadores de doença renal crônica.
É de extrema importância fazer o acompanhamento médico com um nefrologista de confiança e realizar exames laboratoriais de rotina para garantir um acompanhamento mais preciso da doença. E, consequentemente, adotar as práticas ideais e medidas mais eficazes para garantir a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.